Careca do INSS presta depoimento à CPMI sobre fraudes em aposentadorias

 

 A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes e descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS ouviu nesta quinta-feira (25) o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos principais articuladores de um esquema que teria movimentado mais de R$ 53 milhões em desvios por meio de empresas ligadas a sindicatos e associações.




Quem é o Careca do INSS


 Antônio Carlos Camilo foi preso no dia 12 de setembro, acusado de associação com mais de vinte empresas utilizadas para lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, esses grupos eram responsáveis por operacionalizar descontos ilegais em benefícios do INSS, afetando aposentados e pensionistas em todo o Brasil.

O empresário é apontado como peça-chave em um esquema que, segundo as investigações, desviou valores milionários de aposentadorias e pensões, em um dos maiores escândalos recentes envolvendo o instituto.


O que disse no depoimento


Durante o depoimento, Camilo afirmou ser vítima de perseguição e negou ter tentado obstruir as investigações:

“Jamais tentei obstruir qualquer investigação. A mídia construiu um personagem fictício de mim, o ‘Careca do INSS’”, declarou. Ele também mencionou que existem 18 milhões de páginas de documentos que comprovariam sua inocência e disse que está sendo alvo de uma “campanha midiática difamatória”.



Importância do depoimento para a CPMI

 O depoimento de Camilo é considerado estratégico para os trabalhos da comissão, que apura responsabilidades sobre o desvio de recursos do INSS. Parlamentares esperam que ele esclareça detalhes sobre o funcionamento das empresas ligadas ao esquema e a eventual participação de dirigentes sindicais e de associações.

Além disso, a CPMI já aprovou medidas para aprofundar as investigações, como a quebra de sigilo bancário e fiscal de envolvidos e a convocação de novos depoentes.


Próximos passos da investigação

 A CPMI deve analisar documentos enviados pela Polícia Federal e aguarda a chegada de novos relatórios financeiros. O objetivo é rastrear toda a movimentação milionária atribuída ao grupo e identificar eventuais beneficiários políticos ou empresariais.

 A expectativa é que, nas próximas semanas, novos nomes sejam chamados para depor e que as conclusões da CPMI contribuam para fortalecer mecanismos de fiscalização sobre os benefícios previdenciários.


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