Ex-presidente é sentenciado em julgamento histórico do Supremo Tribunal Federal; oposição fala em perseguição política, e governo defende democracia
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta semana o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado. A decisão, considerada um marco histórico, repercutiu fortemente dentro e fora do Brasil.
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, teve apoio imediato de seus aliados políticos e de manifestantes que se reuniram na portaria do condomínio onde ele está preso. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o pai “segue firme na defesa da democracia”.
“O presidente Bolsonaro está aqui firme, forte, de cabeça erguida para encarar de frente essa perseguição, porque a história vai mostrar que nós é que estamos do lado certo, o lado da defesa da democracia”, declarou Flávio.
Reação internacional: Trump sai em defesa de Bolsonaro
Nos Estados Unidos, o presidente americano declarou estar “surpreso” com a decisão dos ministros do STF. Já o ex-presidente Donald Trump saiu em defesa de Bolsonaro, comparando a situação brasileira com a que enfrentou em seu país.
“Eu assisti ao julgamento e conheço muito bem. Ele era um bom líder estrangeiro. Eu achava que era um bom presidente do Brasil. É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”, disse Trump.
Oposição articula anistia no Congresso
No Congresso Nacional, parlamentares da oposição reagiram com críticas, classificando o julgamento como “político”. Deputados do Partido Liberal (PL) articulam a votação de um projeto de anistia total a Bolsonaro, prevista para a próxima quarta-feira.
“Provas objetivas não existem. Para eles basta conjecturas e lações. Não há uma única prova concreta”, afirmou um parlamentar da oposição. Declarou o deputado Sanderson, do PL do Rio Grande do Sul.
Governo celebra decisão do STF
Em contrapartida, integrantes do governo defenderam a sentença. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou pelas redes sociais que a condenação expressa o “vigor da democracia e da soberania nacional”.
“Foram condenados no devido processo legal, mediante provas contundentes dos crimes que cometeram”, declarou.