O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se retratou nesta quinta-feira (24) após uma declaração polêmica feita durante entrevista coletiva em Jacarta, na Indonésia, que gerou forte repercussão no Brasil. Ao comentar o combate internacional às drogas, Lula afirmou que “os traficantes são vítimas dos usuários”, frase que foi criticada por parlamentares e especialistas em segurança pública.
Durante a entrevista, Lula disse:
“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende”, afirmou o presidente.
A declaração foi vista como uma tentativa de relativizar o papel dos traficantes e provocou reações imediatas, inclusive de aliados, que reconheceram o tom infeliz das palavras.
Retratação nas redes sociais
Diante da repercussão negativa, Lula usou suas redes sociais para pedir desculpas e afirmar que a frase foi “mal colocada”. No texto publicado no X (antigo Twitter), o presidente reforçou que seu posicionamento é “muito claro contra os traficantes e o crime organizado” e destacou ações de seu governo no enfrentamento à criminalidade.
“Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado. Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país. Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, escreveu Lula.
Contexto da declaração
O comentário foi feito quando Lula criticava a explosão de barcos por forças dos Estados Unidos em uma operação antidrogas. O presidente sugeriu que seria mais eficaz investir em políticas internas de combate ao consumo e à dependência química, mas a forma como expressou a ideia — ao dizer que traficantes seriam vítimas dos usuários — acabou gerando controvérsia e confusão sobre sua posição no tema.
